Agricultura biológica: ora aí está uma área onde não me faz tanta impressão usar a expressão “crescimento”…
Ou, melhor dizendo, como andar para a frente voltando atrás.
O artigo do Público * revela: “Entre 1994 e 2011, o número de pessoas que estão a produzir de forma biológica cresceu de 234 para quase 6000. (…) em termos globais a área já representa 5,5% da superfície agrícola utilizada, “situando-se um pouco acima da média europeia”. As estimativas do sector (…) apontam para um volume de negócios que rondará os 20 a 22 milhões de euros, com taxas de crescimento de 20% ao ano.”
Comprei recentemente alguma bibliografia prática relacionada com o tema (a ver se pratico mais ação e menos palavra…), mas gostava de deixar uma citação mais na onda teórica que me parece muito adequada:
[A ideia de agricultura biológica] (…) aponta uma ligação essencial entre solo, planta, animal e homem, conceito que alguns descrevem como holístico, mas que pode ser discutido de maneira mais prática. Simplificando, é o reconhecimento de que na agricultura, tal como na natureza, qualquer coisa afecta tudo o resto” **.
Ainda do mesmo livro, gostava de sublinhar uma das frases anunciadas oficialmente pela FAO na Conferência inernacional sobre agricultura biológica e segurança alimentar, em 2007:
“A agricultura biológica pode alimentar todo o planeta e sem impacte negativo no ambiente.”
Ora aí está!
Mas também refere que nem tudo são rosas: “(…) deve ser no longo prazo o caminho a seguir, desde que melhorias técnicas e económicas sejam feitas.”
E eu acrescento: e alteração de mentalidades… Num outro artigo do Público, a frase que salta à vista é “Quando foi a última vez que, na zona dos frescos de um supermercado, pegámos numa peça de fruta sem avaliar se essa era a mais bem-parecida do caixote?”.
Pois…
* foto inicial retirada deste artigo.
** em “As bases da agricultura biológica – Tomo I – Produção Vegetal” (Coordenação de Jorge Ferreira)
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