Há pouco tempo vi uma ligação na internet que disponibilizava dez documentários sobre a alimentação.
Uns mais “pesados” que outros, mas genericamente densos. Deixo a tarefa de divulgação destes documentos audiovisuais para outras esferas. Mas ficou-me uma frase que sintetiza a ideia que tiro da problemática da alimentação dos dias de hoje, na nossa sociedade: pessoas super-alimentadas mas subnutridas. Isto é, calorias a mais para falta (por vezes grave) de nutrientes essenciais.
E aqui entram algumas citações do livrinho que revelei no meu último artigo, de Masanobu Fukuoka (A revolução de uma palha):
“Se viermos a defrontar-nos com uma crise alimentar, ela não será devida à insuficiência do poder produtivo da Natureza, mas sim à extravagância do ser humano.”
“Há quarenta anos atrás, a palavra de ordem era cultivar trigo, cultivar um cereal estrangeiro, uma colheita inútil e impossível. Depois vieram dizer que o valor nutritivo das variedades de centeio e de cevada japoneses não era tão elevado como o dos cereais americanos, e relutantemente os camponeses abandonaram o cultivo destes cereais tradicionais. Com o nível de vida a aumentar de forma constante, a palavra de ordem foi “comer carne, comer ovos, beber leite e passar do arroz ao pão”. Milho, soja e trigo foram importados em quantidades cada vez maiores. Como o trigo americano era barato, o cultivo do centeio e da cevada indígenas foi abandonado. A agricultura japonesa adoptou medidas que forçaram os camponeses a arranjar trabalho a tempo parcial na cidade, para poderem comprar as colheitas que lhes tinham ordenado que não cultivassem.
E agora surgiu uma nova preocupação com a falta de recursos alimentares. Volta a falar-se de auto-suficiência para a produção do centeio e da cevada. Diz-se mesmo que haverá subsídios (…)”
“(…) as pessoas que se limitam a fazer uma alimentação simples e baseada em produtos locais não precisam de trabalhar tanto e utilizam menos terra do que as que têm um apetite de luxo”.
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